quinta-feira, 21 de março de 2013

Dançando no ar...











Dançar sempre foi fonte de prazer e de contentamento em minha vida. Lembro da menininha cujos olhos brilhavam ao ver uma apresentação de ballet e que sonhava, silenciosamente, em ser assim quando crescer. Lembro das apresentações no colégio, lindas e ingênuas coreografias das músicas da Xuxa, da Mara e de outras, nem tão ingênuas assim, mais tarde na adolescência. Lembro das apresentações na igreja, do divertidíssimo improviso no Ministério de Dança. Tudo sempre tão levemente feliz. Dançar para mim sempre foi assim: momentos de leveza, de contentamento, de deixar fluir corpo, música, energia... Embora por alguns momentos a vida, e algumas pessoas, tenham me levado ao afastamento do ato de dançar, a dança sempre esteve presente em minhas memórias, em minhas analogias, entre minhas paixões. Apesar do meu jeito tímido de ser, da minha vergonha excessiva, da minha falta de jeito e de outras trapalhadas, nunca desisti de tentar. Em 2010, graças ao incentivo de um querido amigo, criei coragem de me aventurar numa dança que, até então, não tinha tido coragem suficiente de me lançar: a Dança do Ventre. De lá para cá foram muitos aprendizados, desafios infindáveis, muita determinação, muita vontade e alguma disciplina. Amanhã estarei mais uma vez estreando num palco, um pouco mais formal desta vez, mas mais do que qualquer deleite ou vaidade, subirei lá e dançarei o meu melhor, simplesmente para desafiar a mim mesma, aos meus limites e perceber que eu posso sim... dançar, voar, ser eu mesma. E que não será qualquer outra pessoa que me ditará os limites do que eu posso ou não fazer!

terça-feira, 12 de março de 2013

MovimentAÇÃO do amor

Sim, eu sei! Tudo isto é tão efêmero. A vida flui e se esvai como o movimento das correntes de ar, como a tentativa de conter o mar. Nada pode segurá-la. Ela acontece e se vai, então acontece novamente e novamente, até se extinguir, num movimento constante de cores, gestos, sensações.

Efemeridade. Algo passageiro. Pouco duradouro. Como tentar, então, se entrelaçar a fatos que, como comprovado pela experiência, simplesmente acabarão? Como construir relações, criar vínculos, manter proximidade, sabendo que, pela própria essência da vida, se findarão?

É fato que ninguém pode viver sozinho, que o ser humano é um ser social por natureza e que depende das relações que trava com outros seres para se constituir enquanto tal. Talvez o grande "pulo do gato" em matéria de relações seja não alimentar dependências, mas cultivar a liberdade, o amor como escolha e o respeito à subjetividade do outro.

Não existe coisa mais castradora e destruidora de amor do que a prisão que se cria em torno deste sentimento. E não me refiro exclusivamente às relações afetivas de cunho amoroso/sexual, falo também de amizades, de família, de coleguismo. Reflito sobre pessoas que são incapazes de amar e respeitar a liberdade do outro, que acreditam que precisam cercar o sujeito 24 horas diárias para "cultivar o tal amor".

Na verdade, não existe fórmula para conservar o sentimento, seja o fogo da paixão ou a serenidade do amor, pois simplesmente não há como controlar sentimentos. Afetos são mutáveis, pessoas também. Tudo depende de tantos fatores, alguns externos, outros internos, além da interação entre uns e outros. O que desperta amor em algum momento, pode trazer asco nos momentos seguintes.

O que fazer então? Acredito que a base de relacionamentos saudáveis (sejam estes duradouros ou não) é o respeito, a comunicação e a liberdade. Não podemos transferir ao outro o peso da responsabilidade pelo que sentimos e pela forma como nos sentimos em relação às suas atitudes. Acredito que é necessário distinguir bem o "eu" do "outro", compreender que as minhas frustrações, expectativas e intenções são minhas e não cabe à outra pessoa satisfazê-las. 

Relacionamentos são pactos de convivência em que, ao mesmo tempo em que tentamos conhecer e interagir com alguém, criamos espaço para cultivar carinho, afeto, respeito, cumplicidade. E é importantíssimo no meio disto tudo, compreender que a relação a dois só funcionará se a relação consigo mesmo for boa. Eu só posso me dar, quando me tenho. Só posso amar, quando me amo. Só posso dar aquilo que tenho. Isto é simples e verdadeiro.

Mas tudo isto é "em tese", cada pessoa constrói suas próprias formas de se relacionar, através da mediação de seus valores pessoais, suas vivências, seus desejos, seus traumas e medos, sua disposição. Acredito que seja de fundamental valia que ao se inciar um novo relacionamento tudo isto seja pesado e colocado claramente ao outro, sem fantasias, sem subterfúgios, sem máscaras românticas.

O amor é simples, ele flui ou não flui, você suporta o convívio com o outro (apesar do que ele é) ou não. E em tudo isto não vejo muita compatibilidade com a noção romântica do amor à primeira vista, da completa afinidade das "almas gêmeas". Conviver não é fácil, amar é um terreno traiçoeiro, mas é, antes de tudo, questão de escolha. Eu escolho amar o outro, mesmo sabendo das nossas diferenças, mesmo reconhecendo que poderia encontrar outra pessoa mais adequada ao que sou.

E, certamente, a cada nova experiência, vamos afunilando o conhecimento acerca do amor, da interação e de nós mesmos. E vamos aprendendo com essas experiências até que... Quem sabe surja alguém que venha para ficar, afinal, não custa nada sonhar de vez em quando, não é?

segunda-feira, 11 de março de 2013

Reflexões de uma "antevasin"

Conviver com a diversidade é o desafio lançado sobre aqueles que vem à vida neste planeta. O primeiro, talvez maior, desafio da vida humana consiste na constante necessidade de interagir. É algo extremamente relevante termos em comum o fato de sermos todos tão diferentes, tão singulares, tão únicos. 

Eis que me encontro em uma casa de praia, em Morro Branco, nos preparativos para o Reveillon, estou há umas 30 horas em companhia de completos estranhos, pessoas desconhecidas com as quais divido algumas afinidades, talvez, e inúmeras/ infindáveis diferenças. Estamos aqui dividindo espaço, mas também sonhos, desejos, esperanças...


Compartilhamos os últimos momentos de 2012, enquanto nos energizamos para construir um belo 2013. E asseguro que, apesar das semelhanças e deste clima tão propício para começar novas histórias, não está sendo nem um pouco fácil estar aqui com todos eles. Mesmo assim, sigo testando teorias, aplicando conhecimentos, criando novas hipóteses, me arriscando ao novo.

Aprendo a cada momento que nenhuma vivência é em vão, que de cada situação se pode tirar uma lição e um consequente aprendizado, portanto, creio estar assimilando muita coisa, aprendizagens que hão de me preparar para tudo o que está por vir.


Estou em paz e, por mais que sejam muitas as contrariedades, sigo mantendo a calma e caminhando. (...) E quanto mais o tempo passa, e as 'gestalts' são fechadas, mas eu percebo que nada foi em vão e que este propósito maravilhoso se cumpre em me fazer mais conhecedora de mim e do que é felicidade.


Ah, como sou grata! A Deus, à vida, à mim e aos que seguem comigo nesta trilha tão fascinante e desconhecida! 

Paisagens

A vida às vezes prega peças e traz grandes e inesperadas surpresas. 2012 foi assim para mim, chegou como um ano "normal"; veio bonitinho, regrado, imerso em uma rotina, até que...

Até que tudo isso foi por água abaixo e uma bela crise existencial veio tomar conta de mim. Leituras, conversas, novas amizades, aprofundamento espiritual, redescoberta da dança, meditação, terapia e eis-me aqui novamente, novamente outra, novamente em construção.

Ainda me encontro fascinada com as grandes lições recebidas e que me proporcionam a cada dia levantar com ânimo novo para enfrentar desafios nem tão novos assim.

E é tão bom perceber que a vida segue, às vezes tão limitada e frustrante quanto antes, mas aquela que segue vivendo tem se mostrado tão mais segura, tão mais aberta, tão mais simples, natural, guerreira.

Aprender a fazer as pazes consigo mesmo é um dos caminhos mais importantes, em minha opinião, para alcançar e manter a saúde mental. Saber se reconhecer, se aceitar, se perdoar são tarefas diárias que requerem esmero e muita perseverança.

Começo, então, mais este ano. Retomando minhas postagens aqui. Parafraseando, poetizando e compartilhando minhas catarses, minhas descobertas, meus medos, minha fome de viver, indefinida e infinitamente...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Devaneios...

Quatro meses depois aqui estou eu de volta...
Muitas emoções, dores, tropeços, expectativas, frustrações, tédios e bons drinks depois aqui estou eu...
A vida sempre nos prega peças, nos faz acreditar, desacreditar, iludir, se magoar, explicar, desentender, confundir, empolgar, reprimir, desanimar...
Sentimentos, emoções, desejos, opiniões, crenças que nem sempre são compreensíveis para quem está do lado de fora, muito menos para aqueles que os hospedam em si...
As contradições existem, as confusões também!
O que nos resta, então, fazer em meio a esse turbilhão de informações?
Como lidar com essa carga de sensações que interferem diretamente em nosso humor, nossas decisões, nossa maneira de viver?
Viver bem e com sabedoria realmente não é fácil, afinal é tudo sempre novo, sempre desafiador...
Lidar com as diferentes perspectivas, com as contradições, com os mal entendidos não é tarefa das mais fáceis...
E como se não bastasse tudo isso, ainda existem as responsabilidades, os compromissos, os horários e regras a cumprir...
Esse momento de estresse, confusão e descontentamento me faz ainda mais convicta de uma antiga constatação... Nada sei!
Tudo são tentativas, erros e acertos fazem parte desse processo, saber lidar com isso é fundamental para a manutenção da nossa saúde e paz interior...
Ousemos viver, então... E busquemos que essa transgressão nos leve a uma aproximação constante com aquilo que almejamos para nós, para nossas vidas!