Quantas madrugadas ainda me verei assim, sozinha, estranha, triste, encarando minhas obscuridades sem saber o que fazer?
Não existe sensação mais amarga e que faça meu estômago doer tanto quanto a de perder o controle. E o que hoje vem se mostrar mais nítido do que nunca é que esta falta de controle que tanto me incomoda não diz respeito aos outros, mas a mim.
De repente me vi cercada pelos espelhos de infindas projeções que tenho criado para os outros, mas que são minhas. Refletindo minha falta de confiança, minha incoerência, minha instabilidade, meu medo. É catastrófico perceber que todos os sentimentos e intuições negativos que observo em minhas relações com o mundo, são meus. Meus para comigo mesma, apenas meus.
É estarrecedor, e não menos libertador, perceber que o mundo não me odeia, que as pessoas não se esquivam, que não estou subjugada, mas eu tenho sido minha ferrenha algoz esse tempo todo.
Será que cura perceber que a imagem que a gente faz de si mesma simplesmente é falsa? Será que me fará mais solta saber que eu não afasto as pessoas por ser quem sou, mas que sou eu que as expulso a gritos e pontapés, nem sempre sutis, da minha vida? Será que me ajudará a recomeçar de novo saber que não tenho inimigos mais fortes do que minha própria inimizade e auto-sabotagem?
Dizem que amar cura, liberta, renova... Dizem que lágrimas verdadeiras tem o poder de enferrujar a armadura e liberar a pessoa para a vida de verdade. Eu espero que as dessa noite me sejam suficientes.
Eu espero que esse aperto no peito e dificuldade de respirar tão presentes nos últimos dias me deixem, em definitivo. Eu espero não perder alguém especial por medo de me abrir para a vida. Eu espero tantas coisas. Mas agora eu só quero que o dia amanheça na minha vida.
Meu Deus, será possível passar uma vida inteira me escondendo de tudo e de todos? Me podando, me afastando, fugindo da minha humanidade imperfeita? Repetindo o mantra da minha inadequação? Me torturando por não ser digna? Me achando desprezível e sempre pouca demais? Sendo vítima de mim mesma?
Não sei se existe algum manual de psicologia ou de psiquiatria que me ensinem a ser de verdade, a estar de verdade, inteiramente, em minha vida. Sei que por hora eu tenho a fé, a fé em me dobrar diante da minha imperfeição e me aceitar, a fé de rejeitar meu olhar crítico e lhe dizer: não mais. A fé de querer recomeçar e correr atrás do tempo perdido. A fé de que eu posso ser melhor do que isso.
Nada do que me aconteceu foi em vão. Cansei de procurar e de dar explicação para tudo. Hoje eu quero começar a viver, somente viver. E começar a escrita de um novo volume. Novo não, o primeiro, o primeiro que é de verdade, fruto de um encontro emocionado e sincero com o que há de mais verdadeiro sobre mim. No que isso vai dar? Eu não sei. Sei que por hora basta. E como Deus disse a Liz Gilbert uma vez, eu agora o acolho: Vá para cama, Amanda.
terça-feira, 29 de julho de 2014
domingo, 20 de julho de 2014
Domingando
A vida é tão vasta. Repleta de tantos momentos. São tantas sensações. Como não se perder em meio à tantas possibilidades de resposta?
Domingo é um dia triste para mim, não por algum motivo específico, apenas o considero um dia melancólico demais. Dia de solidão, de vazio, de se confrontar consigo mesmo, com fantasmas, medos...
A incerteza dos dias que passam. O descompassar dos ponteiros do relógio que mesmo funcionando parecem não sair do lugar. O que fazer para aplacar o tédio? Recorro a um filme, mas não funciona. Escolho um livro, mas minha atenção está em outro lugar. Procuro conversar, mas o diálogo não flui.
Domingo é desses dias que faz parecer que o sangue da gente não flui, que estamos sufocados, encarcerados numa emoção inerte e estamos também assim, adormecidos, sem movimento, definhando em nossos mais íntimos desejos.
Será que em meio ao turbilhão de vida que nos alcança durante a semana, o domingo vem para mostrar que nem tudo dura para sempre? A vida social uma hora acaba. As amizades podem se afastar. A família pode estar longe. Quem ficou de vir pode não ter encontrado o caminho. E nós? Onde estamos nós? Onde estou eu neste domingo triste, insosso e sem cor?
Será o domingo apenas reflexo do nosso interior, cansado, esgotado, assustado, querendo algo que não vem? Confesso que hoje minha companhia não foi suficiente. E depois de muitos dias bem, sinto falta de algo. Mas o pior é não saber por onde começar a procurar o que me falta.
Pior é contemplar uma vida de possibilidades e ter que respirar fundo e engolir o choro, mais uma vez. Mas é claro que as coisas melhoram, elas melhorarão. Mas até lá, até chegar a segunda-feira, será que eu vou conseguir esperar?
Domingo é um dia triste para mim, não por algum motivo específico, apenas o considero um dia melancólico demais. Dia de solidão, de vazio, de se confrontar consigo mesmo, com fantasmas, medos...
A incerteza dos dias que passam. O descompassar dos ponteiros do relógio que mesmo funcionando parecem não sair do lugar. O que fazer para aplacar o tédio? Recorro a um filme, mas não funciona. Escolho um livro, mas minha atenção está em outro lugar. Procuro conversar, mas o diálogo não flui.
Domingo é desses dias que faz parecer que o sangue da gente não flui, que estamos sufocados, encarcerados numa emoção inerte e estamos também assim, adormecidos, sem movimento, definhando em nossos mais íntimos desejos.
Será que em meio ao turbilhão de vida que nos alcança durante a semana, o domingo vem para mostrar que nem tudo dura para sempre? A vida social uma hora acaba. As amizades podem se afastar. A família pode estar longe. Quem ficou de vir pode não ter encontrado o caminho. E nós? Onde estamos nós? Onde estou eu neste domingo triste, insosso e sem cor?
Será o domingo apenas reflexo do nosso interior, cansado, esgotado, assustado, querendo algo que não vem? Confesso que hoje minha companhia não foi suficiente. E depois de muitos dias bem, sinto falta de algo. Mas o pior é não saber por onde começar a procurar o que me falta.
Pior é contemplar uma vida de possibilidades e ter que respirar fundo e engolir o choro, mais uma vez. Mas é claro que as coisas melhoram, elas melhorarão. Mas até lá, até chegar a segunda-feira, será que eu vou conseguir esperar?
terça-feira, 10 de junho de 2014
Ano novo, velhos problemas e esperanças persistentes
Hoje eu tive uma conversa que me serviu de catarse para todo o turbilhão de emoções, nem sempre positivas, que tem me acompanhado ultimamente. Conectar o blog e encarar minha ausência nesse espaço me faz ainda mais perceber que algo não está como o planejado.
Queria estudar, desbravar novas searas, experimentar novos conhecimentos, interagir com o novo, contudo meus últimos meses tem me proporcionado também muito estresse, chateação, cansaço e outros desagrados. Me vi mais uma vez envolta em um ciclo de responsabilidades que me empurra penhasco abaixo para o peso de uma vida de obrigações e focos exagerados.
Cansada. Terminando o semestre letivo. Começando um novo ano (amanhã é meu aniversário). E fazendo balanço da vida.
Assando bolo, terminando uma sopa, escrevendo nesse blog, pensando numa postagem que preciso fazer para outro. Essa sou eu. Sempre atarefada, sempre correndo para dar conta de tudo, sempre me culpando pelos momentos de pausa, de ócio, de não fazer.
Talvez essa nossa cultura, talvez meu quadro de ansiedade, talvez condicionamento que não me permito ultrapassar. Sei que chego ao hoje, 10 de junho de 2014, com a sensação de estar carregando o mundo nas costas e infeliz com os resultados dessa tola correria.
Quero para esse novo ano, que essa nova idade inaugura, me traga novas oportunidades de me renovar, de sair da caxinha, de olhar para os lados, de me lançar de fato ao desconhecido, sem agendas, sem relógios, sem chaves, sem hora para voltar. Quero a irresponsabilidade e a coragem dos apaixonados, quero a ousadia e a leveza dos que tem fé, quero a sabedoria e o equilíbrio dos que aprendem com as experiências vividas. E quero mais... Que venha meu ano novo!!!
Queria estudar, desbravar novas searas, experimentar novos conhecimentos, interagir com o novo, contudo meus últimos meses tem me proporcionado também muito estresse, chateação, cansaço e outros desagrados. Me vi mais uma vez envolta em um ciclo de responsabilidades que me empurra penhasco abaixo para o peso de uma vida de obrigações e focos exagerados.
Cansada. Terminando o semestre letivo. Começando um novo ano (amanhã é meu aniversário). E fazendo balanço da vida.
Assando bolo, terminando uma sopa, escrevendo nesse blog, pensando numa postagem que preciso fazer para outro. Essa sou eu. Sempre atarefada, sempre correndo para dar conta de tudo, sempre me culpando pelos momentos de pausa, de ócio, de não fazer.
Talvez essa nossa cultura, talvez meu quadro de ansiedade, talvez condicionamento que não me permito ultrapassar. Sei que chego ao hoje, 10 de junho de 2014, com a sensação de estar carregando o mundo nas costas e infeliz com os resultados dessa tola correria.
Quero para esse novo ano, que essa nova idade inaugura, me traga novas oportunidades de me renovar, de sair da caxinha, de olhar para os lados, de me lançar de fato ao desconhecido, sem agendas, sem relógios, sem chaves, sem hora para voltar. Quero a irresponsabilidade e a coragem dos apaixonados, quero a ousadia e a leveza dos que tem fé, quero a sabedoria e o equilíbrio dos que aprendem com as experiências vividas. E quero mais... Que venha meu ano novo!!!
segunda-feira, 21 de abril de 2014
E, por fim, tudo se trata de adaptações, diluições e dúvidas. E as escolhas?!
Às vezes eu paro e me pergunto: Será a vida mesmo tão complicada ou eu que complico tudo?
Esses dias mais uma vez me deparei com a sensação já conhecida de sonhar o sonho dos outros. De repente me vi super empolgada com uma determinada realidade vivenciada por pessoas próximas e a quis para mim, mas será que a quero mesmo?
Adaptação. Parece que tudo gira em torno dela. Eu percebo como se houvesse um processo osmótico que nos leva a estar equilibrados com o ambiente ao nosso redor, mas... Peraí, será que dá pra ser assim? Será que eu quero ser assim: Diluída para não destoar? Eu não sei e talvez desse não saber surjam tantas outras complicações.
O simples fato de o meu olhar estar concentrado no outro me faz desviar do meu próprio caminho. E, paradoxalmente, não dá pra seguir adiante olhando pro próprio umbigo. Estamos em sociedade, vivemos em simbiose. Como conciliar os aspectos particulares da personalidade e os aspectos globais da condição humana? Como separar o eu, quase sempre egoísta, do nós, com a sua necessidade de empatia e colaboração?
Eu vivo um caminho de dúvidas, um caminho de quem se atreve a pensar e a questionar sua condição. Talvez fosse mais fácil viver como autômato, mas certamente eu não seria tão eu. Eu não gosto de me sentir encurralada, sem a certeza de que fui eu quem escolhi o caminho, a direção e o destino.
Sei, sei que sou controladora. Mas isso tem mais a ver com autenticidade, opinião própria.
Eu quero poder vivenciar um prazer ou uma dor com a consciência de que fui eu quem escolhi o caminho que me levou ali. Não quero ser meramente arrastada pela escolha do outro, não quero dar a ninguém a responsabilidade de escolher por mim. A vida é minha, quero eu vivê-la em todas as suas possibilidades e renúncias. Não seria justo impor a outrem algo que é tão intrinsecamente ligado a mim.
Mas será que há uma forma de montar essas peças e fazer isso tudo coexistir em harmonia? Essa vida é muito boa, afirma uma grande amiga, hoje eu diria: essa vida é muito louca, confusa, complexa e, adivinhem, simples. Talvez seja a simplicidade do que está à nossa frente e não queremos, ou não podemos, ver que dê sentido a tudo isso. Até achar um entendimento para minhas questões, cá estou eu em constante busca.
Esses dias mais uma vez me deparei com a sensação já conhecida de sonhar o sonho dos outros. De repente me vi super empolgada com uma determinada realidade vivenciada por pessoas próximas e a quis para mim, mas será que a quero mesmo?
Adaptação. Parece que tudo gira em torno dela. Eu percebo como se houvesse um processo osmótico que nos leva a estar equilibrados com o ambiente ao nosso redor, mas... Peraí, será que dá pra ser assim? Será que eu quero ser assim: Diluída para não destoar? Eu não sei e talvez desse não saber surjam tantas outras complicações.
O simples fato de o meu olhar estar concentrado no outro me faz desviar do meu próprio caminho. E, paradoxalmente, não dá pra seguir adiante olhando pro próprio umbigo. Estamos em sociedade, vivemos em simbiose. Como conciliar os aspectos particulares da personalidade e os aspectos globais da condição humana? Como separar o eu, quase sempre egoísta, do nós, com a sua necessidade de empatia e colaboração?
Eu vivo um caminho de dúvidas, um caminho de quem se atreve a pensar e a questionar sua condição. Talvez fosse mais fácil viver como autômato, mas certamente eu não seria tão eu. Eu não gosto de me sentir encurralada, sem a certeza de que fui eu quem escolhi o caminho, a direção e o destino.
Sei, sei que sou controladora. Mas isso tem mais a ver com autenticidade, opinião própria.
Eu quero poder vivenciar um prazer ou uma dor com a consciência de que fui eu quem escolhi o caminho que me levou ali. Não quero ser meramente arrastada pela escolha do outro, não quero dar a ninguém a responsabilidade de escolher por mim. A vida é minha, quero eu vivê-la em todas as suas possibilidades e renúncias. Não seria justo impor a outrem algo que é tão intrinsecamente ligado a mim.
Mas será que há uma forma de montar essas peças e fazer isso tudo coexistir em harmonia? Essa vida é muito boa, afirma uma grande amiga, hoje eu diria: essa vida é muito louca, confusa, complexa e, adivinhem, simples. Talvez seja a simplicidade do que está à nossa frente e não queremos, ou não podemos, ver que dê sentido a tudo isso. Até achar um entendimento para minhas questões, cá estou eu em constante busca.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Pontos finais, cortes fatais, vida que ensina e que renova, e recomeça...
Você pode passar a vida inteira vivendo a filosofia do "deixo a vida me levar", mas acredite em mim, um dia a vida exigirá de você um posicionamento, uma decisão.
Você pode passar a vida inteira permitindo que os outros decidam por você, colocando sua vontade em segundo plano, pensando sempre em agradar a opinião alheia, mas acredite em mim, um dia você se deparará consigo mesmo e terá a oportunidade de se escolher, de se priorizar.
Você pode fugir das situações difíceis, dos fantasmas, das questões mal resolvidas, mas acredite em mim, um dia tudo isso baterá à sua porta e te encurralará até ouvir de você uma resposta convincente, uma resolução.
Hoje eu estou aqui, com uma sensação amarga na boca, em ânsia de vômito, porque tive de tomar uma grande decisão para resolver questões cruciais em minha história e definitivamente me priorizar. Foi fácil? Não foi não, talvez por isso a manifestação física desses sintomas. Mas foi necessário.
Às vezes a gente precisa retirar um órgão canceroso para evitar que ele infecte e espalhe a enfermidade por todo o corpo. E geralmente é assim, é preciso cortar a própria carne para se livrar de um mal maior.
Quantas vezes no caminho precisamos optar por nós mesmos? Nos desapegar em definitivo de algo que nos faz mal? Muitas, não é verdade?
É, minha gente, a vida tem dessas coisas, às vezes dói, incomoda, mas o tempo amortece o trauma e ajuda na cicatrização.
Neste momento o coração dói, talvez mais tarde ele se apazigue. O importante em tudo isso é que agora, mais do que nunca, sou eu em primeiro lugar. E se sou capaz de cortar o culturalmente incortável, sou capaz de qualquer ação para garantir o que me faz bem, o que eu mereço.
Sim, eu estou comigo e estou aqui por mim.
Você pode passar a vida inteira permitindo que os outros decidam por você, colocando sua vontade em segundo plano, pensando sempre em agradar a opinião alheia, mas acredite em mim, um dia você se deparará consigo mesmo e terá a oportunidade de se escolher, de se priorizar.
Você pode fugir das situações difíceis, dos fantasmas, das questões mal resolvidas, mas acredite em mim, um dia tudo isso baterá à sua porta e te encurralará até ouvir de você uma resposta convincente, uma resolução.
Hoje eu estou aqui, com uma sensação amarga na boca, em ânsia de vômito, porque tive de tomar uma grande decisão para resolver questões cruciais em minha história e definitivamente me priorizar. Foi fácil? Não foi não, talvez por isso a manifestação física desses sintomas. Mas foi necessário.
Às vezes a gente precisa retirar um órgão canceroso para evitar que ele infecte e espalhe a enfermidade por todo o corpo. E geralmente é assim, é preciso cortar a própria carne para se livrar de um mal maior.
Quantas vezes no caminho precisamos optar por nós mesmos? Nos desapegar em definitivo de algo que nos faz mal? Muitas, não é verdade?
É, minha gente, a vida tem dessas coisas, às vezes dói, incomoda, mas o tempo amortece o trauma e ajuda na cicatrização.
Neste momento o coração dói, talvez mais tarde ele se apazigue. O importante em tudo isso é que agora, mais do que nunca, sou eu em primeiro lugar. E se sou capaz de cortar o culturalmente incortável, sou capaz de qualquer ação para garantir o que me faz bem, o que eu mereço.
Sim, eu estou comigo e estou aqui por mim.
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