sexta-feira, 22 de abril de 2011

Modernidades

Quando paro para refletir sobre os tempos atuais em que vivemos, acabo sempre me deparando com uma sensação de solidão. Uma solidão que é totalmente diferente daquilo que as pessoas compreendem por estar sozinho. Na verdade tenho observado, e vivenciado também, um fenômeno curioso: as pessoas estão cada vez mais isoladas e cada vez mais rodeadas de pessoas, contraditório, não? Eu vou explicar!

Com o crescimento e popularização das novas tecnologias, o barateamento (nem tanto) da internet e/ou facilidade de conexão através de lojas especializadas em oferecer acesso à rede a baixo custo, conhecidas como lan houses, tem-se a propagação das redes sociais. Sites em que pessoas com as mais diversas características geralmente procuram interagir com conhecidos, ou mesmo desconhecidos, através do cyber espaço. Essa tendência tem se alastrado pela sociedade e provocado um surto de inclusão digital, o qual nivela diferentes camadas sociais, aproxima estranhos e afasta amigos.

Percebi que a cada novo contato virtual que faço, diminui a minha lista de amigos "reais" disponíveis. Sim! Mas por quê? Eu creio que a violência, a falta de tempo, as decepções afetivas, o comodismo são fatores que impulsionam as pessoas a buscarem refúgio nas pseudo relações sociais do mundo virtual.

Vocês poderiam perguntar, por quê pseudos, uma vez que há troca de informações. Eu respondo simplesmente defendendo a ideia de que a simples troca de informações pode aproximar as pessoas, mas sem o contato, sem a socialização, sem o diálogo, sem as vivências reais, não há conhecimento verdadeiro. 

Muitas vezes passamos anos e anos convivendo com alguém e chegamos à conclusão de que não o conhecemos, imaginem quando o contato se dá meramente no âmbito virtual. Mesmo com estes riscos, reconheço que a comunicação virtual está apenas iniciando e, muito possivelmente, é um caminho sem volta. Contudo, é oportuno indagar como ela se materializa na vida de cada ser humano.

Ouvi muitos relatos sobre relacionamentos afetivos que iniciaram via internet, bem como assisti muitos episódios de violência que ocorreram também com o auxílio deste canal. O fato é que não há uma resposta única, uma mesma opinião.

É fundamental observar atenciosamente todas as indicações que as mídias e especialistas não cessam de repassar acerca dos perigos da grande rede, sem perder de vista quão maravilhosas são suas contribuições para a vida moderna. Perceber que que a internet é apenas um dos canais possíveis para acessar pessoas, para desenvolver relações sociais, e não o meio exclusivo que foi relegado à nossa geração.

Urge olhar nos olhos, sentir o abraço, ouvir as expressões, saborear as sensações que só o real podem propiciar. Urge nos aproximarmos dos outros seres, para assim nos fazermos humanos, seres sociais e sociáveis. Como afirmei antes, não há consenso nem fórmulas matemáticas para isso, cabe à cada um de nós nos permitirmos viver também a vida real, com suas dores e delícias, afinal, ninguém nunca disse que viver seria fácil...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Encantamento, reciprocidade, amor e outras descobertas...



Muitas vezes na vida esbarramos com pessoas que julgamos especiais, com as quais nos envolvemos e passamos a tentar construir um futuro em comum.

Há outras pessoas, entretanto, que apenas observamos e que mesmo assim nos tocam profundamente na alma, sem sequer trocarmos uma palavra. Nesses momentos, nesses encontros, fica um ar de mistério espalhado no ar, uma sensação de que algo a mais ainda está por vir...

Sabe quando você vê uma pessoa e, do nada, se sente fatalmente atraído? Mesmo sendo tal atração impossível naquele momento?

E, num belo dia, aquela pessoa reaparece na sua vida, num momento em que já não há barreiras nem impecilhos para esse encontro... Momento no qual tudo pode acontecer...

Eu sou muito romântica, mas mais do que isso acredito no amor, acredito na providência Divina, acredito na razão de ser de cada desencontro e acredito também na força dos reencontros...

E foi graças a um reencontro desses que hoje vivo uma das melhores fases da minha vida afetiva, a fase do ENCANTAMENTO.






Quase quatro anos depois de dedicar momentos de atenção a alguém que eu não conhecia, que eu não cheguei a me relacionar, que eu nem sequer sei se fui correspondida nesse olhar, essa pessoa reaparece! E, mais do que isso, se faz presente na minha vida... Cativando, conquistando, encantando e me fazendo mais uma vez acreditar na força do amor, acreditar que nosso encontro estava marcado desde antes, desde o nosso total desconhecimento um do outro.






E chega, como quem não quer nada e quer tudo, ocupando espaços, despertando sorrisos, provocando sonhos e sensações, arrancando medos e inseguranças e cultivando em seu lugar esperanças e boas emoções...






Alguém que me faz compreender o real significado de RECIPROCIDADE, que me faz enxergar além da aparência, que me faz suspirar feito uma adolescente, outra vez...





Não sei se ou o que o destino nos reserva, o que eu sei é que, apesar de todos os pesares, é com essa pessoa que eu quero estar hoje e eu sei que isso é mútuo e, por isso mesmo, não quero outra coisa senão viver tudo o que há para viver neste momento... E aproveitar o que realmente é essencial na vida: o AMOR!

sábado, 16 de abril de 2011

Decepções...

Muitas vezes eu escutei: "Chorar faz bem" ou "Você vai superar isso" ou "Tudo vai ficar bem"...

Não importa qual seja a situação, há sempre alguém oferecendo consolo, há sempre uma "luz no fim do túnel". Mas o que mais me irrita nas situações de dor ou sofrimento é que geralmente a pessoa que nos faz sangrar, que nos machuca, que nos desestabiliza, na maioria das vezes sequer se apercebe do que causou ou, quando se dá conta do malefício, não se preocupa em simplesmente pedir desculpas...

Há momentos em que eu simplesmente gostaria de sumir, de deletar da minha vida as pessoas que me fazem sofrer... E é o que eu fatalmente acabo fazendo! Mas não adianta... Essa história de acumular dores, de guardar decepções, de cicatrizar por conta própria as feridas nossas de cada dia trazem sérios malefícios à saúde, à auto-estima e prejudicam demais as futuras relações a serem vivenciadas...

É inevitável sofrer, creio eu, mas cada um deve encontrar uma forma adequada de lidar com essas situações a fim de não prejudicar a si próprio. Confesso que ainda não encontrei, prefiro colocar uma pedra em cima do episódio e tentar esquecer, mas sei que as marcas de cada decepção ficam impressas em minha alma e os traumas se acumulam no meu inconsciente... Mas, fazer o quê?