sábado, 4 de setembro de 2010

Que o diabo carregue!

Eu te avisei que não estava brincando
Eu te quis por um momento, talvez um pouco mais
Agora o meu desejo é que saia da minha frente
Desocupe-me de você
Suas tolices, suas cautelas, suas reprimendas
Tudo isso me enoja agora, vou sair
Quando voltar quero que tenha sumido daqui
Leve suas roupas, seus livros, sua cara mal lavada
Desocupe meu quarto, minhas gavetas, meu afeto
Leve seu bom senso, leve seu mau gosto, vá de uma vez
Devolva-me a liberdade, as prateleiras da estante e o ar
E me esqueça, pois eu lamento você ter estado tanto tempo aqui
Ah, eu lamento!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Tempo de renovação


A primavera vem chegando e com ela um clima de renovação. Sinto cheiro de vida, vida que deseja se reinventar. Sinto cheiro de novidade, novidade que me desperta os sentidos. Sou mulher de sentidos, de todos eles, até mesmo dos que são intuitivos. O despertar desta estação me faz acordar mulher, certa, decidida, encorajada, ousada. Por que não tentar? Por que não arriscar? Por que não transgredir? Até aqui segui uma fórmula, mas não obtive bons sucessos. Vou buscar outros caminhos, alternativas de viver. Busco pequenas grandes coisas, extremamente simples, ricamente detalhadas, sou exageradamente eu. E por ser assim, quero colher novas flores, quero usar novos adubos, quero semear novas sementes. Quero desesperadamente inovar, encontrar no que é novo algo realmente novo. Recriar-me num processo contínuo, acertos, erros, êxitos e frustrações. Amores, afetos, desejos, tudo novo. Chega de medidas milimetricamente calculadas, chega da racionalidade, chega das utopias. Quero minha verdade recriada, improvisada, incompleta, sempre sob análise. Estar aberta ao novo pode ser o requisito para que o novo realmente surja. É assim que quero estar quando esta primavera chegar...

Urgência

Detesto ficar inerte,
Detesto ficar esperando
Minha vida é rápida, não estou a passeio
Não posso perder tempo
Por isto tenho pressa
Tenho pressa para o que eu quero
Tenho pressa para o que eu espero
Quero agora
Desejo urgente
Esperar me sufoca
Quero me deliciar nas infinitas possibilidades do presente
O amanhã não dá para decifrar
O depois surge repleto de imprevisto
Por isto quero agora
Ainda que seja de improviso
Por isto quero agora
Ainda que seja de surpresa
Toda espera me sufoca
Sou senhora da minha vida
Sou senhora do meu destino
Tenho paciência para sua demora
Tenho serenidade para seu desassossego
Mas só tenho uma exigência
Quero o que quero, e quero agora
Disso não abro mão
Esta é a minha única imposição
Esta é a minha condição
Espero você por mais um pouco
Mas não se demore
Pois o meu querer é para agora
Vem, vem depressa
Quero-te agora
É esse o meu jeito