terça-feira, 15 de setembro de 2015

Das infinidades diárias

Há quinze dias eu estava sem esperança e pedia ao universo uma resolução de algo que eu não conseguia mais carregar. Hoje eu olho para o espelho, encaro meu olhar de desapontamento e digo: Calma, você faz o que pode, nem tudo depende de você.

E a vida é assim. A cada dia são apresentadas infinitas situações e nós as respondemos como podemos e sabemos. E naquilo que sabemos fazemos o nosso melhor. E naquilo que não sabemos certamente cometemos falhas. Mas nem tudo depende de nós.

Eu sei que sou responsável pelo que faço e pelo que permito que façam comigo, mas hoje também percebo que existe uma infinidade de situações que não dependem de mim. Ontem eu diria: "poxa, isso sempre acontece comigo! Não aguento mais! Ah, como sou triste, infeliz, imatura, blá blá blá." Hoje eu simplesmente me pergunto: "Por que isso está se repetindo? Como eu posso fazer para resolver essa situação?"

E diante das muitas coisas mal resolvidas que cumulam no meu extrato vital, se acumulando de um dia para o outro, eu simplesmente peço perdão e peço a Deus, ao universo, às forças internas e às energias da natureza que me ajudem a ressignificar. Se for possível, que eu possa chegar a uma solução favorável, senão, que eu saiba colocar meus pontos finais e aprender a continuar escrevendo minha história.

Às vezes insistimos em escrever com determinada caneta, aquela que é a nossa favorita, acontece que no meio da carta a tinta da caneta acaba. E agora? Eu vejo três opções: 1) continuar escrevendo com outra caneta; 2) recomeçar a escrever toda a carta com outra caneta; 3) desistir da carta e fazer outra coisa. O quanto escrever essa carta é importante para mim? O quanto vale a pena insistir para inteirá-la? Quais as consequências de desistir de escrevê-la em minha vida e na vida dos demais?

Conhecendo um pouco mais de mim, sei que tentaria outra opção, e que ela seria não desistir da primeira caneta: insistiria com a caneta favorita, tentaria de tudo para consertá-la antes de jogá-la fora. Porque eu simplesmente não consigo desistir de algo com facilidade, o que é teimosia e perda de tempo/ energia muitas vezes. Mas sou assim, e antes de apelar para outra caneta, tentaria descartar toda e qualquer possibilidade de continuar meus escritos com a primeira.

Eu acredito que cada sonho que nos move já é uma realidade em outra dimensão. E se sonhamos deve ser porque aquilo já é real de alguma forma, embora não seja palpável ou perceptível na dimensão objetiva em que vivemos. Muitas vezes nos questionamos sobre nossos sonhos, sobre a real motivação que nos move em sua direção. Nos tornamos inseguros e incrédulos quando aquilo que a gente mais sonha não se torna real e muitas vezes abandonamos sonhos e vida pela metade.

Talvez, como disse antes, minha teimosia seja desperdício, mas pode ser também que ela seja fundamental para que eu não desista dos meus sonhos, não desista da minha essência. Na dimensão lógico-racional que predomina no meu dia a dia existe uma incisiva crítica quanto ao meu modo de ser, às minhas incongruências e ao meu jeito contraditório de agir/ pensar. No entanto, graças ao meu trabalho de desenvolvimento pessoal e autoconhecimento, outra parte se revelou: uma dimensão intuitiva, criativa, amorosa, espiritual. Uma dimensão que acredita, sabe-se lá porquê, e que insiste. Uma dimensão que olha além do que se vê. E que muitas vezes recebe rótulos de insanidade, afinal "aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a música".

Hoje, assim como há quinze dias, eu me peguei triste, ansiosa, desolada. E talvez por isso eu tenha resolvido escrever. Resolvi colocar em perspectiva, numa tela em branco, tudo aquilo que me move por optar insistir nos meus sonhos. E, dessa maneira, sou levada a olhar bem no fundo de mim e me dar mais um voto de confiança. Acreditar, alimentar o espírito, tornar leve o meu jugo. Em optar, por hoje, a fazer faxina na alma, na casa e onde mais for necessário. E escolher por encarar meus medos bem nos olhos e dizer: não adianta, eu não vou desistir. Eu sei o que eu quero, e sei que mereço isso, você não vai me atrapalhar de novo. E, por fim, a esperar... Ninguém disse que ia ser rápido ou fácil, mas eu sei que vale a pena. Como eu sei? Segredo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Limpeza de memória e Ho'oponopono: descobertas que fiz pelo caminho

Venho pensando nos últimos dias sobre memórias. Estou me apropriando de uma técnica havaina de cura e limpeza de memórias chamada Ho'oponopono. E ao estudar e vivenciar sobre o assunto, muitas coisas me saltam à memória e me fazem sensível ao fato de que a forma como absorvemos uma realidade é exclusivamente nossa e tem muito mais a ver com nossas memórias anteriores do que com o que de fato aconteceu.

O Ho'oponopono consiste em apagar memórias de sofrimento compartilhadas com determinadas pessoas e em determinadas situações, através do auxílio do Divino Criador e dos nossos centros de memória, principalmente do centro de memórias afetivas. Desta forma é possível dar novo significado a um antigo trauma e se liberar de tal peso. É um processo espiritual, que envolve questões pessoais e subjetivas e que pode causar muita inquietação e mal-estar inicialmente.

Apesar de já conviver com o "Eu sou 100% responsável pelo que me acontece" desde o ano passado, só agora parei para realmente estudar e entender em que consiste o método. E, para mim, tem sido de uma eficácia ímpar. Situações e pessoas que me evocavam memórias de rejeição fortíssimas tem sido revisitadas e ressignificadas. 

Você pode perguntar:
- Amanda, é instantâneo? 
E eu te digo:
- Não. Não mesmo. 
Como tudo nada vida, é processual. Leva tempo e requer perseverança e atenção.

Esses dias ouvi de alguém muito querido para mim o quanto de lembranças ruins ele tinha a meu respeito, de como tudo aquilo o havia afastado de mim. Fiquei com isso na cabeça. Depois de horas e horas dedicadas à limpeza de memórias de sofrimento, lembrei de uma conversa que tive com minha irmã caçula há uns meses. 

Conversávamos sobre a necessidade que eu e a outra irmã víamos, diante de alguns comportamentos expressos por ela, de ela procurar auxílio psicoterápico. Nisso comecei a falar sobre a separação dos nossos pais ocorrida há seis anos. E de repente, minha irmã começou a mudar completamente a expressão facial, denotando muita dor física, e a chorar, chorar muito (coisa que ela não faz nunca), além de articular as palavras, mas não emitir qualquer som. Me aproximei e comecei a abraçá-la, a dizer que tudo ficaria bem, que já tinha passado e tudo mais. Quando ela voltou a si, contei minha versão da história, posto que na época eu estava morando com eles e acompanhei tudo de muito perto.

Ela simplesmente não aceitava o que eu contava imparcialmente. Não lembrava do adoecimento subsequente de nossa mãe, do fato de eu ficar o tempo todo com ela, tentando distraí-la. Não lembrava da participação do meu pai, do desenrolar dos fatos e de outros pormenores. Ela tinha 11 anos na época, mas eu não acredito que ela tenha esquecido. Acredito que ela selecionou os fatos para criar em sua cabeça uma história que fizesse sentido para ela.

E foi assim: meu pai abandonando-a. Ela sofrendo sozinha. Minha mãe sofrendo sozinha. Ela sequer lembrava que eu estava lá. Eu ouvi a história bestificada, enquanto calmamente contava as partes que a mente dela ocultou. Aos poucos a situação se acalmou e conseguimos convencê-la a comparecer à consulta com a psicóloga.

Então, disso me ficou muito forte a compreensão de que nossas memórias são selecionadas de acordo com nossos traumas e com o papel que assumimos na história de nossas vidas. Colecionando essas histórias tristes, tão reais e absolutas para nós, mas tão tendenciosamente falsas para quem estava ao nosso lado na ocasião, vamos construindo uma intrincada teia de relações, de traumas e de dores que nos impedem de nos relacionarmos harmoniosamente com os outros e com nós mesmos e que, na mesma medida, só reafirma a autoimagem que temos de nós.

Muito dessa compreensão tem me ajudado nos últimos dias a iniciar o processo reescrever minhas memórias, a percorrer minhas lembranças da infância, dando-lhes um pouco de luz e liberando-as de minha mente. Tenho percebido que a criança que eu fui se machucou muito, porque ela era apenas uma criança, mas que hoje eu, adulta, tenho a capacidade de voltar lá atrás e abraçar essa criança e acalmar essa criança e amar essa criança para poder seguir meu caminho de adulta em paz, com uma bagagem bem mais leve.

Como diz o Pe. Domingos, nós temos a possibilidade de revivermos nossa infância, mas dessa segunda vez não poderemos colocar a culpa em ninguém, é de nossa exclusiva responsabilidade.

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Hoje é importante entender que nem tudo o que a mente te fala é o certo, que toda ansiedade e agitação que te impedem de se concentrar naquilo que realmente importa são memórias perigosas, se deixares que elas te escravizem. É preciso olhar para dentro de si e libertar tudo aquilo que precisa de perdão, assim como apagar tudo aquilo que não tem qualquer valia. Seguir em frente é importante, mas antes é preciso resolver essas pendências que te aprisionam ao sofrimento da sua criança interior. Só assim poderás ser pleno, curado e preparado para aquilo ao qual foste chamado nesta vida.

Deixo alguns links que recomendo para quem tiver interesse de se aproximar do Ho'oponopono, de conhecer e experimentar essa técnica maravilhosa e o meu abraço cheio de amor e gratidão.



Eu sinto muito.
Me perdoe.
Te amo.
Sou grata.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O essencial

Olho para o relógio no canto do computador e constato que já é 11 de setembro. Quem de nós não lembra o que fazia naquela manhã? Eu cursava o primeiro ano do ensino médio e estava estudando física na casa de um amigo nerd. Mas não é bem sobre isso que quero escrever. Hoje é aniversário da minha avó. E ela foi uma das grandes amigas, incentivadoras, mães que a vida me ofereceu.

E lembrar de minha avó me evoca fortes sentimentos de amizade, de alguém que me ofereceu a mão, o ombro, a escuta e tantas outras coisas. Que me ensinou sobre resiliência e sobre tantos valores que eu não seria fiel em reproduzir neste momento.

Estava há pouco tempo relendo algumas mensagens trocadas com uma amiga e meu coração esbarrou com a seguinte frase mais uma vez: "Levamos a vida motivados por medo ou por amor. Não há espaço para os dois". E ela, diante daquela conversa, poderia ter falado tanto, sobre tantas coisas, mas resolveu digitar esta frase. E hoje essa frase ecoa em minha cabeça e faz eu sentir meu coração se mover, mesmo sem tocá-lo. Pensando na frase eu percebo que somente alguém que me conhece bem poderia me oferecê-la neste tempo em que meu coração e minha razão, para variar, duelam.

Falando em medo, lembro da tensão que foi, quando do 11/09/2001. O pânico, a comoção mundial, os filmes, as homenagens às vítimas, a perseguição massiva aos terroristas e tantas vozes sobre o acontecido que ainda hoje se fazem ouvidas.

Lembro de minha avó. Da mulher que fugiu dos padrões da época, casando "velha" aos 25 anos. Casou sem amor, por orientação dos pais. Engravidou de uma menina, teve um parto complicado no qual perdeu a filha e sua capacidade de andar sozinha. Engravidou novamente, nasceu meu pai. Foi abandonada pelo marido com um filho de cinco anos de idade para criar e não desistiu.

Minha avó é daquelas pessoas difíceis de se lidar. A vida a fez dura, justamente para resistir às tantas adversidades que lhes apresentaria. Ela nunca desistiu. Criou como pôde o filho único e me criou como minha mãe não soube fazer. E apesar de discordar tanto de tantas coisas dessa velhinha chata, eu reconheço que não teria conseguido passar por tudo que passei se não fosse por ela e por tudo o que ela me ensinou da vida.

Lembro da Andréa. Minha amiga que já foi mãe, irmã, cupido, enfermeira, confidente, guia e sempre será Andréa Alcoviteira e Astuciosa. Uma mulher de sensibilidade ímpar, coração grandioso e sabedoria admirável. Aquela de sorriso aberto, abraço acolhedor e cheia de palavras para tornar a vida mais suportável.

E lembrando dessas mulheres, lembro também do Pequeno Príncipe. Aquele menininho que habitou a infância e adolescência de muitos de nós e nos ensinou que o essencial é invisível aos olhos, mas, mais ainda, que as pessoas só passam a ter significado em nossa vida a partir do momento em que cativamos/ somos cativados por elas.

Aquele personagem que nos faz entender, depois de adultos, a importância de cultivar amizades e de tantas outras parábolas magníficas que tão sabiamente Antoine de Saint-Exupéry nos deixou. Então, no meio dos percalços do cotidiano nem sempre alegre e colorido, é sempre bom recordar de pessoas e personagens que nos marcaram e marcam a vida, que contribuíram e contribuem para nosso amadurecer humano.

Apesar da insônia, sinto-me honrada em ter a oportunidade de escrever. Em poder, através de palavras, recordar quem é fundamental em minha vida e, por conseguinte, quem eu sou. Porque acredito que somos resultado das interações às quais somos expostos durante a vida. Desta forma, não há como não me sentir feliz em partilhar com pessoas tão especiais este dia, esta data, esta memória que, para mim, vai muito além do terror que se celebra atualmente no 11 de setembro.

Feliz aniversário, D. Nenzinha!!! Obrigada!


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Notas sobre o perdão

Hoje eu quero focar num tema que mexeu muito comigo nos últimos dias e que, honestamente, sobre o qual sempre me sinto aprendiz.

Perdoar é muito difícil. Perdoar a si mesmo, tanto quanto. Quero divulgar uma palestra sobre o tema que tive oportunidade de assistir há 11 meses e hoje revi pela terceira vez.

Cada vez que assisto o vídeo e participo do exercício proposto, a vivência se torna mais significativa e necessária. Sim, vivência, pois perdoar não é teoria.

Vou colocar alguns dos meus apontamentos sobre a palestra e logo abaixo postarei o link do Youtube, assim, caso alguém tenha interesse ou necessidade, fica mais fácil de achar.

Perdoar é mais barato
(Padre Domingos Cunha)


Passos importantes:

1. Sepultar os mortos
(Enterrar os cadáveres que carregamos dentro de nós)

2. Cuidar dos vivos 
(Cultivar o que é bom)

3. Fechar os portos
(Ter cuidado com as áreas vulneráveis, perceber os pontos fracos e mapeá-los)

Resolver o passado

"Bem aventurados os que choram"

Bem aventurados (Felizes/ Ponham-se em marcha) 
Aqueles que choram (os enlutados)

Ponham-se em marcha aqueles que estão enlutados

Perdoar é diferente de esquecer.
Perdoar é devolver ao outro a liberdade, a chance de ser ele de novo.

Nós somos espelhos uns para os outros.
Se o espelho reflete nossos defeitos não é culpa dele, isso pertence a nós (os defeitos).

Nós somos campos minados de memórias, feridas, traumas, mágoas, que ficam esquecidos e no dia a dia existem situações que mexem nessas bombas, as fazem explodir, e nós sofremos.

Os outros, nos relacionamentos, tocam as nossas feridas e desencadeiam um extremo sofrimento, mas também oportunizam mapear nossas bombas.

A ferida é nossa, nós somos responsáveis por ela, nós temos que resolver isso, não os outros. 
A mágoa e a raiva que sentimos é de nós mesmos.

Perdoar-se é enterrar os nossos mortos, conhecer nossas feridas e nossos campos minados.

Libertar-se das culpas.
Aceitar-se do jeito que é.

Nunca é tarde para ter uma infância feliz, mas a segunda tentativa é por nossa conta,

Nós somos 100% responsáveis por tudo o que nos acontece - pelas nossas feridas, pelas nossas raivas, pelos nossos ódios, pelas nossas sensações de dor, pelas nossas mágoas, por enterrar nossos mortos.

Processo de PERDÃO
  • SENTIR: deixar a dor doer, acolher a sombra.
  • IDENTIFICAR: dar nome ao que sentimos (assim nos tornamos sujeitos disso - relação sujeito/objeto).
  • EXPRESSAR: colocar para fora.
  • RESSIGNIFICAR: dar um novo sentido àquilo que aconteceu. Entender o outro.

PRINCÍPIOS
  • Escolho curar meu relacionamento comigo mesmo, deixando que o hábito de julgar a mim mesmo se vá.
  • Escolho unir-me aos outros em vez de me separar deles, abandonando meus julgamentos sobre eles.
  • Escolho rasgar todos os roteiros que escrevi para o modo como acho que as pessoas deveriam ser em minha vida.
  • Hoje eu escolho desistir de me sentir vítima dos meus relacionamentos e assumo a responsabilidade por minha vida.
  • Sempre que ficar preso no passado ou no futuro, escolherei lembrar-me de que o amor só pode ser vivenciado no presente.
Por fim, lembre-se: O inimigo não está à nossa frente, nem atrás de nós, nem ao nosso lado. O inimigo está dentro de nós.

"Quanto você resolver todos os seus inimigos interiores, nenhum inimigo externo poderá vencer você". Provérbio Africano

Defesas refletem apenas feridas.
Ataques são gritos por amor.
Relacionamentos são oportunidades de saber quem somos e de evoluir cada vez mais.


Espero que gostem,

Com amor, Amanda.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Depois que o sol se pôr...

O instagram me lembra hoje que há 54 semanas eu saía com você. Fomos à livraria, participar de um clube de leitura e comprar novos bebês, tomamos sorvete e, em seguida, você veio me deixar em casa. Estava com dor, tinha que tomar um remédio, havia deixado-o em casa e não pôde ficar muito tempo aqui.

Naquele dia eu não imaginava, mas aquela seria a penúltima vez que nos veríamos.
Esses dias, eu peguei um dos livros que comprei na ocasião e comecei a ler (sim, ele estava bem escondido, novinho em folha, me esperando...). E quanto mais eu leio o livro, mais sua presença/ ausência é notada.

Acredito que o pôr do sol pode tanto ser romântico quanto depressivo, desde que evoque naqueles que o vivenciam lembranças de um passado qualquer. Você é um passado bom, mas que dói recordar. É como quando se está tomando um sorvete delicioso e, do nada, na melhor parte, ele derrete, cai da sua mão e se espatifa no chão. Contigo foi assim, desse jeitinho.

Acho que nunca é tarde demais para sentir dor de cotovelo, ou será? Não sei nem sei se é este o caso. Sei que sua ausência tem me seguido nos últimos dois/ três dias e, mais uma vez, tem me tirado o riso fácil, a concentração nos estudos e o foco nas metas. Será essa uma nova maldição para setembro?

Amanhã faz um ano que lhe escrevi pela última vez e, casualmente, fui ignorada até hoje. Eu tentei seguir em frente, tentei encontrar outros amores, sair com outras pessoas, rir de outros motivos, conversar sobre outros dramas, mas não deu. E aqui estou exercendo esse papel patético de lembrar de você e de escrever para você algo que, novamente, será ignorado.

Acho meio doentio quem dedica um dia, um mês, um ano, uma vida inteira a um amor que não floresceu. Gosto mesmo é de seguir em frente, quebrada, mas querendo me inteirar. Da possibilidade de semear em outros terrenos e espalhar meu jardim em locais mais acolhedores.

Hoje estou aqui para pedir libertação. Que os deuses do blogger, e da escrita, consigam me ajudar a superar essa página desbotada e seguir adiante. Que eu consiga, por obstinação, criatividade ou falta de opção, colocar um ponto final virtual, mas real, nessa história. Que seja o último pôr do sol que eu me sinta triste pensando em você. E que eu seja livre para recomeçar e viver o amor...