sábado, 13 de agosto de 2016

13

Eu procuro escrever sobre minhas experiências. Sobre situações que enfrento, sobre medos, sobre pequenas, ou grandes, vitórias. E, na maioria das vezes, o blog acaba assumindo a função de diário, testamento de recordações.


Mas se eu for pensar, e contabilizar meus dias, certamente lembrarei de momentos ruins, de dias em que simplesmente acreditei que não dava mais, que não ia aguentar. A memória prega peças, mas, para mim, sempre foi, e continua sendo, bem mais fácil recordar os dias de "bad".


Hoje, dia 13, dia que recebeu um significado especial desde 13/08/13, devido a uma cirurgia envolvendo o risco de perder meu útero, quando tive de enfrentar um pesadelo e saí, embora com cicatrizes, inteira.


Mas são muitos os dias 13, em sua acepção de terror, de falta de sorte, de coisas ruins que acontecem, de eu me sentir no fim da estrada, sem saber ou ter para onde ir.


Aquela rede social me traz uma lembrança de 4 anos, em que eu falava sobre enfrentar medos. E hoje, esta lembrança, me deixa ainda mais triste do que já sou. Imagino o quanto algumas posições me deixam vulnerável. O quando alguns sentimentos me deixam cautelosa. O quanto algumas pancadas me deixam desanimada e sem coragem de enfrentar a vida e os agressores.


E é difícil não ser saudosista ou mesmo me sentir usando uma carapuça de vítima, é irresistível. E, como em tantos momentos já experimentados, eu olho para frente e não enxergo nada. Sinto gana de parar, de me esquivar, de desistir.... Mas como? Como não assumir a responsabilidade pela vida que eu tanto prezo e tento, com toda paciência e coragem, fazer dela algo melhor?


Como desistir de mim e assumir ou deixar que alguém assuma a consequência pela minha ausência, pelo medo e covardia que me invadem? Eu tento respirar, mas parece que os pulmões estão sobrecarregados, e em meus olhos e ouvidos eu assisto a histórias ruins que não param de se repetir.


Procuro por entre as paredes, sujas e bagunçadas, do meu interior uma razão para tudo o que estou sentindo. Procuro ao meu redor alguma saída, alguma maneira de me sentir melhor, mas tudo cada vez mais parece silêncio e dor. E se a dor física é incômoda, essa dor que emana de bem dentro da alma é algo insuportável. Não há como não sentir, não há como ignorar. E o apelo da vida é de seguir adiante, mas como?


Parece que tudo são perguntas sem respostas, e são perguntas demais... Eu não sei responder, não sei qual é a fórmula - mágica, física, matemática, se qual for - capaz de me devolver um lampejo que seja de lucidez. E as horas passam... Eu passo com elas e paro nelas.


Até onde?
Até quando?
Quanto mais?
Será que aguento?


Tudo é barulho e calmaria.
E eu, confusão.