terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Às infinitas chances de recomeçar

A mente percorre livremente as memórias de trezentos e sessenta e tantos dias. A sensação que persiste é a de que, por horas, o tempo parou e nada aconteceu. Ainda assim, há momentos nos quais experimento a impressão de que o tempo voou e mil coisas aconteceram simultaneamente.

As páginas de dor ainda estão borradas pelas lágrimas que foram vertidas. As de alegria, foram coloridas com o esmero da verdade, da profundidade. E, não obstante aos dias vazios, muita vida foi vivida nestas paisagens interiores. Uma vida vivida em cada sutil sensação, em cada tímida emoção.

E nesses dias feitos para pensar, é que a gente se recolhe das frivolidades do cotidiano e se aventura a olhar para dentro, a se encontrar. A perceber o que foi adquirido e compreender melhor as perdas, os desgastes, os pontos finais.

Hoje eu gostaria de estar completamente só, para que este exercício de reflexão pudesse ser completo. Gostaria de dispor de tempo e espaço para revisitar os caminhos que percorri, as pessoas com as quais estive, os livros que li, as histórias que ouvi, as aprendizagens que me foram oportunizadas e os déficits registrados em meus livros de caixa.

Embora neste momento não me seja possível este aprofundamento, escrever-lhes me faz lembrar de alguns momentos e me sentir feliz pelo que passou. Ora, afinal de contas, cada situação trouxe algum tipo de melhoramento e me fez evoluir, um pouquinho que seja, no meu caminho de auto descoberta.

Assim, olho para frente e avisto o horizonte e nele, a infinidade de caminhos que ainda há para percorrer. São livros, sons, pessoas, sentimentos. São paisagens, olhares, mil sensações a desvendar...

E o que eu quero para 2016?
Eu quero a verdade, quero ser de verdade, quero ser.

Assim, seguimos juntos, sempre adiante, neste novo ano novo, com o coração cheio de esperança e transbordando de amor.
Que saibamos nos fazer felizes!