O que é a atração, o interesse, a paixão, o amor? O que são essas emoções que nos arrebatam de tal forma que ficamos abobalhados diante do ente querido?
O que são esses estados de espírito que nos fazem todos regredir à adolescência? Levando-nos a um estado de inquietação constante, de taquicardia, de desejo, de insegurança? O que são esses fantasmas que nos perseguem, estejam eles disfarçados de dúvidas, de medos, de incompatibilidades ou mesmo de não reciprocidades?
E, principalmente, o que justifica o fato de, mesmo com tantas perguntas em aberto, nos jogarmos em meio ao desconhecido e arriscarmos a sorte grande de concretizar uma quimera, um amor, uma paixão?
Acaso está toda a raça humana suscetível a tais sensações? Ou serei apenas eu aqui a penar as desaventuranças de uma adolescência perpetuamente tardia?
Procuro ao meu redor indícios do "mútuo", anseio pelo "sim" com a mesma intensidade com que antevejo, tristemente, o "não". Pior de tudo é conviver com o "se", o "talvez" ou o "não sei"... Os seres humanos deviam ser programados sem tanta complicação porque, a meu ver, se o suspense tempera as relações a incerteza as fazem esvair...
E dessa maneira, vem a madrugada, o luar solitário, o desejo ardente de estar com quem se quer, ainda que seja apenas através da recordação. Mais do que isso, surge a necessidade de uma concretude.
Por mais excitante que pareça, o devaneio por si só não basta; ele pede o colo, o carinho, o cafuné; ele reclama o cheiro, o toque, o compartilhar...
Ah, o desvario de te ter por perto, o desejo de te sentir por aqui, a vontade arrebatadora de te ter para mim, de te desvendar... Ah, a bendita catarse que me permite, por não concretizar meus anseios, ao menos liberá-los de alguma forma... Eis a minha... É para você!
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