domingo, 20 de julho de 2014

Domingando

A vida é tão vasta. Repleta de tantos momentos. São tantas sensações. Como não se perder em meio à tantas possibilidades de resposta?

Domingo é um dia triste para mim, não por algum motivo específico, apenas o considero um dia melancólico demais. Dia de solidão, de vazio, de se confrontar consigo mesmo, com fantasmas, medos...

A incerteza dos dias que passam. O descompassar dos ponteiros do relógio que mesmo funcionando parecem não sair do lugar. O que fazer para aplacar o tédio? Recorro a um filme, mas não funciona. Escolho um livro, mas minha atenção está em outro lugar. Procuro conversar, mas o diálogo não flui.

Domingo é desses dias que faz parecer que o sangue da gente não flui, que estamos sufocados, encarcerados numa emoção inerte e estamos também assim, adormecidos, sem movimento, definhando em nossos mais íntimos desejos.

Será que em meio ao turbilhão de vida que nos alcança durante a semana, o domingo vem para mostrar que nem tudo dura para sempre? A vida social uma hora acaba. As amizades podem se afastar. A família pode estar longe. Quem ficou de vir pode não ter encontrado o caminho. E nós? Onde estamos nós? Onde estou eu neste domingo triste, insosso e sem cor?

Será o domingo apenas reflexo do nosso interior, cansado, esgotado, assustado, querendo algo que não vem? Confesso que hoje minha companhia não foi suficiente. E depois de muitos dias bem, sinto falta de algo. Mas o pior é não saber por onde começar a procurar o que me falta.

Pior é contemplar uma vida de possibilidades e ter que respirar fundo e engolir o choro, mais uma vez. Mas é claro que as coisas melhoram, elas melhorarão. Mas até lá, até chegar a segunda-feira, será que eu vou conseguir esperar?

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