quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Independência ou morte?

Tomo meu ônibus costumeiro de volta para casa. O mal-estar é tanto que sufoca minha capacidade de racionar. Antecipo minha parada e vou procurar por você.
Entro ofegante, suando, nervosa. Mais bagunçado que meu cabelo são minhas ideias, minha dúvida, minha intensa confusão.

São tentativas diárias de não surtar. São demandas que eu não tenho como responder. Sou uma só, tenho tão pouco. Mas vou, faço, ouço, tento insistentemente te mostrar que sou tão humana, tão frágil ou tão vulnerável como você. Mas é em vão. Me perco em meio ao vão que é insistir com quem não se importa. Gasto meus últimos centavos na última ligação. Foram meus últimos minutos. Eu tentei.

Bato na porta, chamo, ligo, pergunto, imploro. Mas não é sim nem não. Apenas silêncio, indiferença. A sensação de inadequação, de auto-ojeriza, o medo, a falta de espaço e de ar.
Não há lugar, - para mim, para meus pensamentos, para minha vontade, para o que eu não sei explicar - e em meio a tantos espaços vazios, eu me despeço.

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