terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Sobre confusões e gritos abafados...

A vida é muito infinita em possibilidades...
Tem horas em que dói, como a barriga da gente dói quando estamos gargalhando exaustivamente,
noutras horas dói como se tudo dentro de nós estivesse explodindo, desmoronando, esvaindo.
Tem horas em que a gente ri, com todo gosto, porque de fato tudo é muito engraçado.
noutras horas a gente ri de nervosismo, como desabafo, por não saber o que fazer ou ao invés de chorar.

E assim a gente vai indo...
Descobrimos que um mesmo sentimento pode ter várias reações físicas, positivas ou negativas ou tudo misturado ao mesmo tempo, pois na verdade não dá para separá-las.
Percebemos que uma mesma reação pode ser esboçada diante das mais diversas situações.

E vamos aprendendo a olhar, sem enxergar.
Vamos aprendendo a virar o rosto para evitar olhar o que está à nossa frente e é tão incomodamente óbvio.
Vamos aprendendo a reagir automaticamente, a usar a lei do menor esforço, a não nos envolver.
Vamos aprendendo a disfarçar nossas emoções porque elas nos tornam vulneráveis.
Vamos aprendendo a sufocar a nós mesmos e, o que é pior, nossos sonhos, identidades, vozes...

Passamos uma vida inteira tentando descobrir quem somos,
até percebermos que encontrar essa resposta pode nos levar para muito longe.
E resolvemos parar, encontrar um lugar seguro, construir nossa fortaleza, firmar nossos pés no chão.
Mas, mesmo assim, para muitos o desejo de voar permanece e os faz transcender,
seja nos sonhos, nos porres, nos soluços e lágrimas abafados pelas noites de insônia.

E tudo é triste e feliz, é natural e melancólico, é perdido e vantajoso, é fantástico e infinito. 
E é tudo confuso, muito confuso.

Um dia enxergaremos, talvez, que as causas mais perdidas foram aquelas renunciadas em nome de alguma pseudo moral ou respeito.
E parecer que foi em vão pode trazer uma sensação mais desoladora do que a de experimentar o dissabor da derrota, da rejeição real.

E por isso eu admiro e amo a louca que vive em mim e que, muitas vezes, insana e violentamente vem à tona
- e assusta, e escandaliza, e perde a razão -
pois ela me faz parecer viva, corajosa e fiel a mim, e para mim mesma, diante da minha confusão, tão lúcida, tão habitual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário