domingo, 24 de maio de 2015

Há dezoito dias, dois passos e um sur[s]to...

No meio da contagem regressiva na qual me encontro, existe uma equação que não sai da minha cabeça. O tempo não pára, canta(va) o poeta da já não tão nova geração. E o que dá esperanças também assusta: o tempo não pára.

Implacável tempo que distancia as pessoas, que muda as perspectivas, os planos, os sonhos, e que simplesmente passa levando consigo muita coisa, muita gente, muito do que nunca será. Que entala minha garganta, mas não me deixa chorar livremente. O tempo, as cobranças, o peso de quem a gente é versus a expectativa do que querem que a gente seja.

Como obter a diplomacia necessária para ser sem incomodar a ideação que fazem de você? Difícil. Hoje o tempo voa e trava, ao mesmo tempo, diante das minhas janelas. Não o vejo passar e, ao mesmo tempo, ele passa tão depressa que eu não sei se terei o tempo necessário.

O tempo é tão breve, a vida é tão rara, será que dará tempo para viver tudo o que há para viver? Me entristece o tempo perdido nas obrigações daquele tempo que eu vendo para bancar as despesas dessa vida que levo. Mas será que vale a pena viver assim?

 No meio dos meus nomes um deles há de significar crise, o outro, deve ser indecisão. E é inevitável o desencadear de uma crise em um momento tão significativo. Não é só a mudança de idade, o fechamento de um ciclo. É como se a vida me empurrasse abismo abaixo para a vida adulta. Mas o que é isso? O que é ser adulta? O que eu quero disso tudo?

Naquele tempo em que a liberdade aperta o peito, que o medo da solidão tira o sono e que a distância com relação a todas as pessoas se torna tão evidente, eu me pergunto: O que tem mais para viver? O que eu quero dessa vida? Qual é a parte do acordo que eu não entendi? Assinei e não entendi. Será que eu posso montar minha vida como quiser, como um sanduíche do Subway, como um prato em Self-service?

No final das contas essas minhas perguntas sempre estão comigo, me fazendo mais confusa, menos certa, mais insensata ou não. Na verdade pouco sei. Hoje nem bicicleta quero mais. Mas aí, o que vai ser? Passagem aérea ou fogão? Por que escolher? Por que adiar a decisão? Eu simplesmente não sei o que fazer. Eu (não) tenho medo da escuridão.

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