Êêê! Outubro finalmente chegou. Na verdade o tempo tem passado numa velocidade absurdamente rápida por aqui. De um jeito que deixa a impressão de os dias serem longos, mas os anos curtíssimos, e assim vai...
Hoje eu fui, mais uma vez, sem assunto para a minha sessão de terapia. O olhar ingenuamente acolhedor do meu terapeuta me faz sentir em território amigo e, assim, desabo, desabafo. Podia falar de mentira, de fingimento, mas falei da dificuldade de permitir aproximação, da energia gasta em manter uma aparência de força, de controle, embora a realidade destoe e muito.
E simples como um devaneio me veio o insight. Por que não fazer diferente? Diz ele, o terapeuta, que vulnerabilidade atrai vulnerabilidade e que quanto mais se expõe a fraqueza, o medo, a dificuldade, maior a possibilidade de criar identificação no outro e, por consequência, o vínculo. Duvidosa como eu, só testando... Mas que constatação maravilhosa foi essa?! Imediatamente me senti um pouco mais leve.
Sabe, chega um ponto na vida em que a gente começa a se desapegar das bagagens, principalmente das emocionais e tenta, a todo custo, se tornar mais leve e transformar o caminho em algo mais simples e feliz.
Hoje me caiu esta ficha: de que não preciso gastar tanta energia em demonstrar completo controle nas situações a dois; de que não preciso afirmar total certeza com relação aos meus sentimentos; de que não preciso fingir ser forte demais, decidida demais, certa demais; mas que imprescindivelmente preciso ser inteira e completamente eu, autêntica e fiel aos meus valores e verdades; de que não devo mentir nem fingir em hipótese alguma, muito menos expulsar a gritos e vassouradas quem tentar chegar perto de mim, se eles tiverem de ir, irão por eles mesmos, sem eu precisar me exaltar.
Em síntese, já chorei muito, já sofri muito e já reprimi meus sentimentos e instintos mais ainda, já chega. Quero ver o outro lado disso tudo. Quero saber o que a vida tem mais a me mostrar. Quero permitir esvaziar-me da bagagem emocional negativa, destrutiva e derrotista que trago comigo e ver a vida sob novo ângulo. No fundo, quero apenas ser eu mesma, aquela eu que teimo em esconder e disfarçar. A sensação de sofrimento ao quebrar a cara eu já conheço, então, o que vier além disso é lucro e, se for só isso mesmo, eu sobreviverei.
Vou adiante, a estrada é longa, o caminho é cheio de desnivelamentos e eu ainda tenho um ma-ra-vi-lho-so processo de descobertas e enfrentamentos pela frente... Que me venham então todas as possibilidades das quais tenho me esquivado por tantos anos e que eu saiba ressignificar minha vida, minha história, meus amores e afetos!
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