sábado, 9 de novembro de 2013
A difícil arte de ser quem é
Ele, então, me perguntou: Amanda, você faz alguma coisa que realmente gosta?
Lembrei de uma frase muito forte a esse respeito: “Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem” – Rosa Luxemburgo. Acontece que muitas vezes, em decorrência da acomodação ao olhar e à vontade do outro, ficamos parados, imóveis, inertes. Ficamos subjugados, pois achamos que o conforto de agradar e ser aceito vale mais do que a satisfação de escolher e de ser quem somos. Não sei se esse é um problema e um desafio apenas para mim, mas infelizmente percebo-me muitas vezes em volta da escolha de me anular e anular minha vontade, para seguir a expectativa de outrem. Com o passar do tempo, de tão acostumada que estou, esqueço até mesmo o que realmente gosto e do que me dá prazer. E nessa hora de confusão, de desencontro, me vem uma forte dúvida: quem sou eu? Exercitar minha vontade, dentro dos limites sociais e legais, tem sido um importante desafio de auto-descoberta. Dizer não ou sim, conscientemente. Fazer o que me dá prazer sem me sentir incomodada ou culpada. Aprender a separar o "outro" do "eu", e a me focar mais no "eu". São tarefas que parecem primárias (e talvez sejam), mas para mim só tem sido, com algum custo, executadas agora. O medo da solidão, do abandono pode justificar esse comportamento, entretanto, perceber quão bom pode ser desfrutar o tempo consigo mesmo é algo libertador. Estou bem e feliz comigo mesma, posso estar acompanhada ou não. Posso escolher sair ou ficar em casa. Posso decidir o que vou fazer com meu tempo e recursos. Eu posso, eu escolho, eu decido. Longe de ser uma atitude egoísta, é um exercício de "ser".
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