quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Dia de consulta médica

Saí do consultório pesando 20 quilos menos. Não, não fiz redução de estômago. Apenas fechei mais um ciclo. Saí leve, feliz, confiante. Aproveitei a "viagem" e caminhei até a clínica em que fazia pilates. Cheguei perguntando se me aceitavam de volta e fui recebida com um grande sorriso e elogios. Sim, sei da lógica mercadológica, mas prefiro acreditar na sinceridade da gentileza alheia, porque afinal de contas com ou sem elogios voltarei a frequentar as aulas de pilates naquele lugar. Mesmo assim fiquei satisfeita com a recepção e ainda mais confiante para essa nova fase.

Eu que sempre tentei me esconder, passar desapercebida, me sinto ultimamente completamente exposta. E felizmente já consigo me expor sem tanto medo do olhar do outro. Enquanto nas outras idas ao médico, eu passava a hora de atraso do profissional lendo algum livro, hoje pude conversar um bom tempo com uma estranha e trocar risos e cumprimentos com a família de uma futura enfermeira, estudante da Unifor e cuja mãe não se importa que o curso não dê muito dinheiro, desde que a filha possa ter um salário de R$ 3 mil trabalhando seis horas no PSF de algum interior da vida. 

Achei o máximo toda essa troca, me senti meio antropóloga, meio humana. Não lembro de ter conversado com estranhos nos últimos tempos, mas foi bom. Assim como ontem, com a mulher que estava à minha frente na fila do supermercado. Ela olhava de esgueira para mim e eu imaginando que ela me reconhecia de algum lugar. De repente a senhora se encorajou e me perguntou se meu cabelo é natural, expliquei que a parte cacheada é e ela soltou uma exclamação seguida de um sorriso, elogiando a beleza do meu cabelo. Poxa, não tenho lembrança de já ter recebido qualquer elogio pelo meu cabelo natural. Mal sabe ela, mas aquela senhora me fez fechar mais um ciclo. (É muita gestalt acontecendo!) 

Sei que o caminho de me aceitar como sou é longo e não facilmente trilhável, mas estou nele e percebo que não posso (e não quero) voltar atrás. Sabe o efeito dominó? Pois é, ele tem acontecido comigo, mas ao invés de peças caindo, vejo cadeados se abrindo. Não é fácil de viver, tampouco acredito que seja simples compreender do que falo, mas o importante é registrar que a vida acontece a medida que permitimos, estamos abertos e damos abertura. Muitas vezes me acho a pessoa mais aberta do mundo para a busca de conhecimento interior, mas não. Sou sabotada por meu ego, pelos meus exageros, pela minha intensidade. Sou assim? Tenho que integrar esses aspectos meus? Não sei, mas estou em busca...

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